quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Quando o tempo não faz sentido


Contando as horas passo meus dias... Os minutos, depois os segundos.
É como me arrastar de um canto ao outro, as vezes sem um rumo... Matar o tempo como uma obrigação, de quem bate o cartão do cotidiano. Como quando estamos sentados na poltrona do ônibus vendo a paisagem passar... Um poste, um passante, um posto de beira de estrada, todos são não-lugares, não-sujeitos, ornamentos necessários.
Eis como se configuram meus dias, depois que conheci certos momentos... É assim que um relógio que conta as horas parece algo tão ridículo. Não faz sentido algum dizer que passamos duas, três horas juntos, foi uma pequena porção de eternidade permeada por pequenos detalhes perfeitos, um mosaico translúcido de todas as melhores lembranças.
Aparentemente foi ontem, ou semana passada, ou melhor, há 30 minutos atrás, quando na verdade já se transformaram em uma narrativa mitológica, que agora conto com outras cores, pois as misturo com a sensação do último toque, das pontas dos dedos, dos braços esticados na despedida...
Você é meu pequeno livro de contos, o Carvalho que Orlando levava ao peito, você sabe muito bem do que falo, pois da nossa linguagem apenas nós dois entendemos.

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