terça-feira, 10 de agosto de 2010

Reticente...

Olhos que se perdem em pensamentos e mistérios. Como um ser arisco, encantador e selvagem, desconfiado com o mundo, mas seguro de si. A cada passo em sua direção é a fuga que ameaça e a torna mais fascinante. Como momentos efêmeros que se gravam na pele, como marcas de uma experiência vivida em outra vida, em uma outra época, quando os mestres eram reis, quando os deuses eram sóis.
É aos poucos, devagar, ela vem sorrateira. É nos detalhes que o sorriso vem fácil. É como conquistar o mundo aos poucos, um pedaço por dia, batalhas que você vence pela insistência, mas que são doces, imprevisíveis, muitas vezes confusas e desencontradas, mas nem por isso imperfeitas.
Beber a vida como um vinho raro, enebriar-se com aquilo que é simples e belo... Descobrir que maravilhosas surpresas a vida nos guarda.

domingo, 8 de agosto de 2010

O pêndulo

Eis que vai... Eis que volta! Como o desespero e o entusiasmo. Rápido o suficiente para impedir uma imagem, lento demais para não deixar uma lembrança. Como uma pedra no sapato, de um lado ao outro, incomoda, mas quando a tiramos parece que algo falta.
Marcar os segundos, dar corda à vida. Eis que vai... Eis que volta! A vontade e o desânimo. A energia de conhecer o mundo, que acaba quando lembramos de seus absurdos. Como os ímpetos de um domingo à tarde, inspiram, mas não nos movem.
O ritmo. Eis que vai... Eis que volta! O controle e o excesso. Como caminhar contando os passos, não impõe os riscos, não desafia, merece o esquecimento.
É preciso provar todas as dimensões do pavor e do conforto. Sentir a falta de algo que não esteve presente é se perder em ilusões alheias. Oscilar e esperar. Eis que vai... Eis que volta!