sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Resurrection


Solitude and broken hearts
Living all around us
Centuries of asking "why the wind blows here"
Search a solution to save us from pain
From falling to pieces
I survived a war with demons
And i've erased the past
It's a new beginning waking up
Waking from my sleep
I feel alive and we're gonna dance


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O Idiota


Incertezas, comiserações, vasos quebrados, noites escuras... Tropeços e quedas, erros, tiros a esmo... A espera do Idiota, uma bala guardada para um coração inquieto... O caminho até o fim leva dias, é uma romaria de almas mortas; aguardar o estampido surdo de uma nota que soa apenas uma vez. Eis o idiota que caminha, um misto de Cristo e Dom Quixote, um deslocado, um louco, um ser febril. Um russo soube do cheiro da morte, por isso nos deixou o relato da lâmina que corta fria a carne pulsante de um coração aflito. Quantas auto-biografias não se emparelham com a vida de um príncipe chamado Míchkin. Qual é o seu fim?
São valores que se vão em cada ataque epiléptico, é uma gota de esperança que se esvai do corpo contorcido no chão. Um erro apenas, e aquele que segue sobre a linha pode cair e nunca mais voltar; para os tortos, o certo pouco existe, ou é apenas um dos lados dos quais fazem uso.
Eis a escolha do Idiota: ser um idiota, um pária, a sofrer pelos seus pequenos erros... Ou, aceitar a miséria do mundo, e ser como qualquer um... Não mais carregar as cruzes, não mais lutar contra moinhos...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Você que se vai...

Vai inesperadamente, era algo que acreditávamos ser eminente, mas que assim mesmo, esperávamos que não ocorresse. Ela não poderia ir, era o receptáculo de tudo aquilo que de melhor havia no mundo, uma prova viva de que o espírito humano possui uma certa beleza teimosa em se esconder. Encantou a todos que cruzaram seu caminho, seus olhos oblíquos sempre dispostos a afagar o mais infeliz dos seres, alguém que de tão bela era quase uma idealização. Só suas cicatrizes a tornavam real, seus sofrimentos aos quais pouco dava valor eram a matéria bruta que ela transformava em belas histórias, ternas e prazeirosas, que nos faziam parar e esquecer o tempo do mundo, ouvindo sua voz macia e aconchegante.
Acolher seus diversos sobrinhos em uma manhã de sábado, encharcados e sujos. Trazê-los para o seu colo. Lembrava de todos em seus mínimos detalhes, surpreendia a importância que dava a cada um com quem pouco conversara. Cada ser tem seu encanto, seu lugar no mundo, e a miséria que nos cerca jamais pode ser desculpa para nos tornarmos monstros. Era essa sua lição...
Jamais ouvi uma palavra de recriminação saída de sua boca, compreendia a todos, deixava que vivessem suas vidas, já que ela já havia visto a maldade com sua pior face, tinha provado toda a capacidade humana de trazer dor e descontentamento, e mesmo assim, trilhou seu caminho com sensatez, ternura, ensinou muito a muitos; aprendi com ela...
Aqueles que um dia estiveram a seu lado não podem deixar de dever algo à vida, de se reconhecerem como privilegiados, conheceram a melhor pessoa possível, um modelo que se perde agora, mas que fica em nossas lembranças... sólido e duradouro...
Ela não foi uma pessoa, foi um valor!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

(...)

Mais uma vez o caos e o desencontro. Uma confusão interminável.
Um instante e todos os esforços mais nada significam. Muito justo, mas infinitamente triste. Do pouco conquistado o muito perdido. Uma irremediável tragédia escrita com antecedência.
Escapa pelas minhas mãos, pela minha incompetência e insensibilidade.