sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Máquina desejante

Tão frágil e simples. Obscura como uma noite sem estrelas. Passageira e fugidia.
A cada momento que desejo construo uma lembrança com vida própria, que se faz por si, se emancipa... se rebela. Como uma ninhada de pássaros selvagens, de corvos negros em seu vôo inaugural. A cada farfalhar de galhos secos mais uma imagem se forma, e eis que toma vida mais um desejo subrepticiamente idealizado.
Uma máquina desejante de um inconsciente produtivo, não um depósito de velharias, mas um criadouro de feras... Cavalgaduras demoníacas que atropelam toda coisa imaculada pelo caminho, que desfiguram tudo aquilo que era intocado. Só o que pode ser desejado, tocado e liberado é digno de nota.

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