domingo, 4 de julho de 2010

Desesperança


Os contratos não são mais respeitados, nem mesmo aqueles assinados com sangue e suor. Se o dinheiro é o equivalente universal, se vivemos a "tragédia da cultura" em tons simmelianos, com o que negociarei minhas relações se os números que tenho são insuficientes?

Cada crise que abala o mercado é como a morte de um deus pagão e a afirmação do poder da mão invisível da única divindade moderna.

Somos produtos assépticos de um mundo desmagificado... obras de um futuro descontado no presente. Com nossos adornos descartáveis, somos nativos de uma terra vazia, sem mitos ou ritos. Que história conta nossa história, se não contamos nossos passos até aqui?


"A indiferença em relação à duração transforma a imortalidade de uma idéia numa experiência e faz dela um objeto de consumo imediato: é o modo como se vive o momento que faz desse momento uma experiência imortal" (BAUMAN: 2001, 144).

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